quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O ARREBATAMENTO E A MULHER ESCRITA

http://www.nucleosephora.com/asephallus/numero_02/pdf/artigo_04port_edicao02.pdf

..Eu [Hold] amo acreditar como eu amo, que se Lol é silenciosa na vida é porque ela acreditou, no
espaço de um raio, que esta palavra poderia existir. Na falta de sua existência, ela se cala. Essa teria 
sido uma palavra-ausente, uma palavra-buraco, furado em seu centro com um buraco, desse buraco 
onde todas as outras palavras teriam sido enterradas. (DURAS, 1964, p.48) 
Ela, doce mas indiferente, nunca parecia sofrer, afligir-se ou derramar uma lágrima. Quando alguém no 
colégio tentava apreendê-la, ela escorria por entre os dedos das mãos, como água. Em um instante 
estava longe de todos, imersa não em sonhos adolescentes, mas, segundo sua amiga Tatiana, no nada. 
Conheceu nas férias escolares, aos 19 anos, Michael Richardson, o noivo que será raptado no baile.
 Ela não tinha existência antes do baile, mas depois ela torna-se um deserto, «no qual uma faculdade 
nômade a havia lançado na busca interminável de que? Não se sabia. Ela não respondia» (DURAS,1964, 
p.24).....

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